sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Crítica ao capítulo final de Amor à Vida

Há muito não escrevo aqui no blog, mas quem é meu seguidor desde sempre, sabe que quase todo final ou início de novela que assisto sempre paro pra dar minha opinião. A crítica será rápida e objetiva.

Não acompanhei "Amor à Vida" como muitos o fizeram, mal assistia aos capítulos, isso porque de uns tempos pra cá (sdds Avenida Brasil) eu venho adquirindo um certo preconceito com qualquer produção brasileira. Alguns chamam de alienação por parte das obras norte-americanas e outros até concordam comigo, mas vou dar minha breve opinião sobre esse final.

Algo que muito me incomodou foram os setecentos casamentos que houveram durante toda essa última semana (a única que de fato acompanhei em sequência), o que sempre deve ser esperado em todas as novelas brasileiras, ou seja, nada que deva ter me deixado surpreso. Outro ponto desconfortável foi o modo como as coisas aconteceram tão depressa em uma só week, tudo através de quinhentas passagens no tempo, ou seja: o que poderia ser explorado com muito mais calma anteriormente, foi forçadamente adiado até o grandioso último capítulo da novela como uma forma de impressionar o público. 

Outro ponto fraco do último dia de "Amor à Vida" foi a recuperação facial repentina de Cesar depois de seu AVC. Não sei como essa coisa toda de derrame funciona, mas se houve sequelas e uma delas foi o entortamento da boca (desculpe-me a expressão direta), acredito que ninguém volta ao normal como aconteceu com o "velho babaca", como dizia Aline. 

E falando em Aline, o final não foi um dos melhores, muito pelo contrário: foi manjado e desnecessário. Me lembrou muito o fim do personagm Léo, em "Insensato Coração", - embora a causa da morte tenha sido outra, completamente diferente, por sinal - e só fez reforçar a ideia de que gente má paga pelo que fez, como em contos de fadas. O fato é que querendo ou não, isso não convence e sequer funciona mais (ou talvez nunca tenha funcionado, na verdade). Muitos saem impune dos crimes que cometem (sdds Clara ("passione", lembra não?)), e se a intensão era demonstrar realidade, erraram feio. E pode parecer exagero de minha parte (já que não acompanhei a novela e não sei bem o que se passou), mas a inclusão da vingança de Aline me pareceu uma tentativa de introdução Emily Throne ou Nina na trama, algo que já gerou audiência pra globo anteriormente.

Enquanto Aline não levou jeito e acabou por acabar, Ninho tomou prumo, tarde demais, mas antes tarde do que nunca, ou antes nunca do que tatarde. O que quero dizer é que, novamente, o final me pareceu clichê e não condiz com a realidade de maneira alguma. O cara matou, pensou em dinheiro o tempo inteiro, e ainda abre a boca na cara da filha (você é demais, Clara Catanho) pra falar que estava tentando arrumar dinheiro pra ser um pai maneiro? Antes continuasse com sua índole de origem. Me lembrou muito o final da personagem Wanda, em pam pam pam pam pam, Salve Jorge.


Quanto ao beijo entre Niko e Félix, não vejo o porquê de tanto rebuliço. Havendo ou não preconceito (quero deixar claro que não tenho nenhum), é algo que existe em todo lugar e acabou, fim, it's over. Muita gente descarada e falsa moralista vai parar de assistir a globo por causa disso, e foi um respeitoso risco que a emissora correu e ainda está correndo, mas essa mesma gente vive assistindo produções dos Estados Unidos na própria televisão brasileira, e mal sabem que os canais produtores desses seriados são criadores também de séries que exibem beijo entre homem com homem e mulher com mulher. Ninguém é obrigado a dizer que é bonito, mas isso tá tão normal quanto cagar. O furebis é deles, galera, kkk! 

Um tanto contraditório de minha parte falar aquilo de Ninho e não detonar Félix por tudo que ele fez. Mas até onde sei (como disse, não assisti muito de Grey's ops... Amor à Vida), o personagem não chegou a matar ou deixar alguém cego. No fim do dia, a garota da caçamba de lixo o perdoou, mesmo sem saber o que houve.

Um oscar para o Matheus Solano, que segurou, juntamente com Tatá Werneck (assim que escreve?) a novela e seus respectivos núcleos nas costas. "Ah, mas porque só o Matheus Solano? O Fragoso também não merece um prêmio?". Como eu disse, em minha opinião, o beijo não significa nada, não fez deles melhores atores (inclusive, o Solano tava super desconfortável na cena, deu pra perceber), mas o Matheus deu um show de atuação do início ao fim (pelo menos nos capítulos que eu assistia), transformando os lamentáveis diálogos de Walcyr em algo pelo menos assistível. Não que o Thiago Fragoso tenha sido ruim, mas acredito que entenderam o que eu quis dizer.

E eu não posso finalizar a crítica sem falar mal de Malvino Salvador e Paolla Oliveira. Diálogos forçados, "EU TE AMO MEU AMOR, NOSSO FILHO, NOSSO FILHO" e interpretações ainda mais lamentáveis marcaram o casal mais sem graça da teledramaturgia brasileira.


O fato é que a cena final valeu pela novela inteira. Adquiri aquele preconceito que havia falado anteriormente, e ainda o tenho, e talvez por isso eu não tenha dado uma chance a "Amor à Vida", mas pelo que eu via e ouvia falar da novela, ela foi repleta de erros, enredos, falas e roteiros super descartáveis, só que a cena final, a cena do filho que cuidou do pai mesmo depois de tudo, depois de todos os problemas familiares, valeu pela novela inteira. E como disse meu mestre Luís Augusto, a pior novela com melhor final, e o melhor final sem a palavra fim.

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