quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Life: O Coração de Ouro - Cap. 04

O fato de eu ter sido encontrado no meio da rua da casa de Anna e não no mato me deixou um tanto encabulado. Alguém havia me encontrado e me levado até lá? Essa e muitas outras perguntas rondavam minha mente. 

Eu não conseguia dormir, já eram 05:00 da manhã, portanto, segunda-feira, dia de aula, mas algo me dizia que eu não conseguiria ao menos me levantar da cama. O que havia me deixado tão exausto? Não era pra eu está daquele jeito, eu só fiz dormir e dormir, o que havia acontecido enquanto eu estava inconsciente? 

Mesmo "moto", consegui  ir até a cozinha beber água. Após alguns passos, percebi que alguém estava atrás de mim. Virei meu rosto e me deparei com meu pai.

- Que susto pai! - falei.
- Desculpe, não tive a intenção. 
- Tá, tudo bem.
- James, eu sei que não gosta de muitas perguntas, mas o que você foi fazer ali?

Bom, eu não gostava de perguntas mesmo, especificamente daquela. O dia já estava próximo a se amanhecer, porém, nada se via direito, a não ser o rosto do meu pai coberto por uma camada de escuridão. Respirei fundo e comecei:

- Bom pai, o tédio aqui em casa estava meio que exagerado, então resolvi ir até o David, um amigo da escola, mas me perdi, e acho que cai no sono.
- Como assim acha que caiu no sono? Você estava parecendo um desmaiado em plena rua.
- Ah pai, não sei, vou voltar pra cama, estou exausto pra caramba. Não vou pra escola essa manhã.
- Ah, vai sim.
- Mas pai...
- Sem desculpas, você vai pra escola e acabou. 
- Pai, estou muito cansado.
- Lógico, a noite inteira acordado, como você acharia que estivesse? Com vontade de dá uma festa?

Eu sabia que o motivo de eu está tão exausto não era o fato de eu está acordado desde a hora que sai daquele sonho. Mas por que mesmo cansado eu não conseguia pregar os olhos?

- Tá pai, tá bom! Vou dormir.

Sem que ele respondesse, voltei para meu quarto, e deitei na cama. Alguns trinta minutos depois, caí no sono.

Meu novo sonho foi um tanto estranho. Bom, eu estava num lugar literalmente preto, LITERALMENTE. Era como se eu estivesse perdido, mas havia uma porta, que mais parecia um portal. Abri a pota, onde outro mundo preto, cheio de fumaça branca, trouxeram até meu rosto papéis rasgados em cima de mim, mas um havia escrito:

Amor, po..., perigo, Anna, enegia, wi...

A segunda palavra era interrompida por uma mancha, que mais parecia café e a última se completava com o resto do papel, que estava rasgado, e se misturava com os outros. Procurei, agoniado, até que das sombras alguma mulher se aproximava. Depois percebi que seria uma adolescente: A Anna.

Acordei. Meu relógio dizia que eram 15:00. Antes de cair no sono, no fundo eu sabia que meu pai não me obrigaria a ir ao col...

- Até que fim garoto - falou ele entrando em meu quarto. - Cheguei a pensar que havia morrido, chamei até médicos para vir aqui. Você não se mexia nem para mudar a posição desagradável.

Eu estava fraco, fraco demais, não conseguia falar uma palavra se quer. Revirei meu rosto.

- Entendi, você ainda está cansado, vou te deixar descansar mais.

Então, meu pai finalmente saiu do quarto e parecia descer a escada. 

De repente comecei a queimar por dentro, uma das coisas mais desagradável que já havia sentido na vida. Eu revirava os olhos, mas não via nada. Tudo era tão escuro quanto a sala do meu sonho. Quando parou, minha energia havia finalmente voltado. Era estranho, mas sim, eu conseguia finalmente me levantar e ter certeza de que não me deitaria tão cedo.

O telefone ao meu lado tocou.

- Alô! - falei.
- Ah, oi cara, é David, está doente? - perguntou.
- Ah, oi. Está tão claro assim?
- Sim, parece que levou um dragão nas costas. - falou ele rindo - É... Como foi ontem lá? É que...
- A ligação caiu. - completei. - foi péssimo, não encontrei nada, peguei um resfriado e voltei pra casa - menti.
- Hum... nossa que chato.
- E estranho.
- Com toda certeza.
- Olha, vou comer alguma coisa. Amanhã a gente se fala no colégio. - falei.
- Tudo bem cara, até amanhã.
- Até.

Desliguei o telefone, e desci. Eu estava com tanta fome, que nem três Subway's de 30 cms, seriam capaz de me alimentar. Comi até não poder mais, e deitei-me no sofá da sala, apenas para relaxar.

- 506 - falei comigo mesmo. - estranho.

Algo realmente me dizia que eu tinha ido na rua certa.

"A Anna... filha da professora de inglÊs Mary...
Mary não é sua verdadeira mãe
Impossível, é cara de uma e focinho da outra..."


"Anna, você pode me dá sua mão?


A garota levantou o braço, mas ao ver a agulha, saiu correndo, retirando-se da sala apressada
mente. A cara que fez não me parecia de "medo de agulha", não mesmo.


Havia algo estranho, e eu teria que descobrir."


O bosque, a casa, o número, o sumiço da minha energia, o sonho com as palavras e uma interrompida pelo rasgo do papel. Tudo veio à minha mente  de uma só vez.


Amor, po, perigo, Anna, enegia, wi...


Eu não sei por que, mas dentro de mim eu sabia que sentia Amor pela Anna. Tinha certeza também de que algo estranho rondava a vida dessa garota, e isso me incluiria em perigo. Energia. Eu havia perdido toda minha energia, eu não sabia ao certo o que esta palavra queria no meio daquelas. Wi... Po... Essas me deixaram totalmente curioso.

- Ah cara, pare com isso, que loucura! - falei comigo mesmo.

Eu tinha que tomar coragem, para na terça-feira, chegar até a Anna e perguntar tudo que estava acontecendo. Exatamente tudo.

Continua...

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