sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Paixão Precoce - Cap. 01

Oi, eu sou Jhonas, tenho quatorze anos, e moro no interior de São Paulo. Se você veio aqui para ver uma história romântica com final feliz, tire o cavalinho da chuva, e dê meia voltar. O que você lerá, terá seus momentos de felicidade, mas serão raras essas situações.

2006

Eu não posso dizer que foi um dos anos mais ruins de minha vida. Uma coisa apenas, superou todas as outras ruins que aconeceram este ano. Era tipo um morde e assopra. Enquanto feria, meia volta, confortáva-me. Minha alma já não era mais a mesma, eu sentia. Meu coração batia mais rápido, quando eu olhava para a menina dos cabelos loiros e dos olhos azuis. Ela me encantava perdidamente. Então, foi aí que eu percebi: eu estava, pela primeira vez em minha vida, sentindo algo por alguém.

Meu medo da reação dela quando soubesse que eu sentia algo além da amizade por ela, me proibia de contá-la isso. A vontade que eu tinha era de agarrá-la e roubá-la um beijo daqueles, mas... Vocês sabem como são os tímidos, são que nem cachorros, latem mais não mordem. Covardes, eu era um.

2008

Dois anos se passaram, e já no ensino médio, ela afastou-se de mim. Foi para outra escola , e eu lá fiquei, no colégio de sempre. Eu mantia contato com Joana apenas pela Internet. Os momentos em que eu falava com ela, eram os mais felizes da minha vida. Mas meu coração apertava sempre que lembrava que se eu não revelasse logo para ela que a amava, eu poderia perdê-la para sempre para outra pessoa.

Acho que a educação que seu pai lhe deu foi tão rigorosa, ou algo do tipo, que Jeovana via as coisas de forma simples e fácil. Para ela, todos eram inocentes, ninguém era culpado de nada, ela tinha medo de magoar os outros. Seu pai lhe colocou uma regra apenas: Namoro, só aos dezessete, e ela concordava com isso.

"Mas e se ela começar a gostar de alguém?", essa foi uma das perguntas que mais passaram por minha cabeça durante esses anos. Me faltava o ar toda vez que lembrava de coisas do tipo.

Eu, tinha vergonha de falar não só para ela, mas para qualquer pessoa do mundo que eu gostava de uma pessoa. Já era hora de ir embora, e fui para casa.

Já era mais ou menos doze e meia, e minha barriga estava roncando. Quando cheguei, fui direto à cozinha.
- Oi pai, oi mãe.
- Jhonata, pode me explicar o que significa isso? - Perguntou minha mãe antes mesmo de eu colocar minha mochila na mesa. Entregou-me um envelope, e eu gelei: meu boletim.

Eu sempre fui um aluno estudioso, até o dia em que eu conheci Jeovana.

- O que está acontecendo com você? Ficará o resto do ano inteiro sem computador, apenas seu irmão irá últilizar. Você senta naquela cadeira e fica lá durante a tarde enteira. Faz o que hein? - Perguntou dona Jaqueline aos gritos.
- Mas m...
- Não quero argumentos, não quero sonhar com você mechendo neste computador.
- E tem mais - completou meu pai para deixar meu dia ainda mais pior - se perder novamente no próximo bimestre, ficará sem sair de casa por um bom tempo.

Eu, aquela altura, já não tinha mais fome. Corri pro meu quarto, e deitei na cama chorando. Era triste, era doída, era horrível, chata, ruim, péssima, a sensação de saber que durante os próximos 365 dias, eu não poderia tocar no computador, e consequentemente, não poderia conversar com a Jeovana, e para completar, se eu perdesse em uma matéria se quer no próximo bimestre, o que logicamente iria acontecer, eu não poderia nem colocar os pés para fora de casa. Chatisse!

Lá embaixo, eu ouvia a voz do meu irmão Lucas. Ele sempre chegava depois de mim. Sabe um cara chato? Era ele. Lucas era o meu pesadelo.

Depois de comer, ele subiu para o quarto dele, ao lado do meu, e quando passou por minha porta, me viu lá, cabisbaixo.
- Está tristinho Jhonas? - ironizou ele. Sem respostas, levantei-me, fechei a porta do meu quarto, e fui dormir.

Continua

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