domingo, 27 de março de 2011

Destino Cruel - Cap. 08


Cinco anos se passaram, e eu e a Layane continuamos juntos. Ela, sempre ao meu lado, e eu, sempre ao seu lado? Onde estávamos vivendo? Embaixo da ponte de Salvador, pedindo esmolas. Nós ainda estávamos com as mesmas malas, e nosso namoro cada vez mais forte. Eu me surpreendi comigo mesmo, de ter sobrevivido ao jogo da vida. Mas algo me dizia, que eu iria passar por muita coisa pela frente. Os pais de Layane até se manifestaram a procura dela, através de cartazes e anúncios da internet, mas enfim desistiram. O Larry, nem me preocupei.

Outro dia, ela começou a olhar um álbum de fotos que eu botara na mala há cinco anos, antes mesmo de eu ir para a casa do Riley, que eu nem sabia mais onde estava, e se estava vivo.

- Você não lembra nada, literalmente nada? - Perguntou ela.
- Não! - Respondi.
- E o rosto de seus pais, você se lembra?
- Não também. Só por essas fotos. Isso aí era quando eu tinha uns quatro anos, antes do acidente, minha mãe era muito nova, tinha uns dezessete anos, hoje, se ela estivesse viva, teria vinte e seis anos.
- Foi gravidez indesejada?
- Sim.
- E seu pai?
- Ele me assumiu na época, e toda a família aceitou a gravidez de minha mãe, apesar das circunstanciais, mas todos morreram no acidente - falei chorando.
- Você lembra do acidente?

Eu fiz uma cara mais triste ainda.

- Ai, desculpa, eu não deveria forçar amor, deve ser difícil pra você, principalmente na nossa situação atual, morando debaixo de uma ponte, sem estudos. - falou ela.
- Não há problemas. Na verdade, a cada dia, essas poucas memórias que tenho desaparecem mais facilmente. Mas do acidente, eu só lembro que todos voamos para fora do carro enquanto ele capotava na ribanceira, era bem de noite, dava pra ver bem pouco.

De repente, alguns flashs começaram a aparecer em minha cabeça.

O carro girava, girava e girava e nós voamos para fora d veículo, depois, eu só o vi descendo ladeira abaixo, e depois, só uma explosão.

"Os corpos dos pais do garotinho não foram encontrados, o que faremos com ele?", falava um médico para seu colega.
"Abrigo de menores"
"Será que todos morreram cremados?"


Depois, voltei ao presente. O presente sofrido.

- Eu lembrei! Lembrei!
- O que, amor?
- Meus pais, meus pais! Eles podem está vivos!
- Como assim, vivos?
- Sim, vivos. Eu me lembro que TODOS voamos para fora do carro, e depois só vi uma explosão. Depois no hospital, os médicos disseram que os corpos deles não foram encontrados, mas se eles ao menos tivessem sido cremados, pedaços do corpo ou cinzas seriam encontrados, eles podem está vivo, eu vou atrás deles.
- Mas como amor? Onde? Por onde começar?
- Eu não sei. De nada sei, nada, mas eu vou procurá-los, eles podem está vivos.

E de repente, uma esperança cresceu em meus peitos.

Continua...

3 comentários:

  1. Olá:

    Eu tenho acompanhado grandes obras online, a sua tem tudo para ser uma dessas obras.

    Muito bom o texto.

    Parabéns.

    ABS

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