quinta-feira, 31 de março de 2011

Destino Cruel - Cap. 14

Dois meses se passaram, e as coisas estavam muito bem com o bebê, que já começava a empurrar a barriga de Adriele. Pegamos o ônibus coletivo, e fomos para a clínica, chegando lá, esperamos um pouco, e entramos dentro da sala. Nos apresentamos ao médico, que não falou muita coisa.

- Bom, eu vou precisar de um exame de DNA do bebê, da mãe e do pai, para confirmar que o filho é seu, Lucas.
- E pode não ser? - perguntei assustado.
- Não, é uma coisa rara, mas só pedimos por precaução, vocês não são os únicos, todos os casais terão filhos, fazem o exame, segurança, apenas.
- Mas o bebê está dentro da barriga ainda, como faremos esse exame? - Perguntou Adriele.
- Hoje, com o avanço tecnológico, já é possível fazer o exame com o bebê ainda no ventre. Eu vou passar esse papel pra vocês, e entreguem na recepção, a moça irá agendar o exame aqui mesmo na clínica. - falou ele, anotando algumas coisas no papel.

Então, fomos até a recepção, entregamos o papel, a moça mexeu um pouco no computador, e falou:

- Está marcado para a próxima segunda!

Então, fomos pra casa, passando a semana de forma normal, como sempre. Já na segunda do exame, voltamos a clínica, fizemos, e passamos mais uma semana a espera do resultado. Voltamos lá, para pegar o papel onde estava o resultado. Levamos pra casa. O Larry, havia saído, e estávamos a sós.

- Aqui diz que o filho é realmente meu - falei - mas que eu e você somos do mesmo sangue.

De repente, eu tive uma onda de arrepios em meu corpo. Fiquei literalmente paralisado, e comecei a ter novamente flashs.

"Corpo de Adriele, a mãe do garotinho, não foi encontrado, ela tinha dezoito anos", falava o médico.
"Ou tem, dezoito anos, falou outro".


- Por que? - Gritei. - Por que você não me falou que com treze anos você já tinha ficado grávida? Por que? Meu Deus, por que? - Gritei, chorando.
- O que você está...
- Não mente pra mim! - Falei, dando um tapa na cara de minha própria mãe - VOCÊ É MINHA MÃE!
- P...
- Meu Deus, por que isso comigo? Por que?
- Cala a boca! - gritou ela - deixa eu explicar! - falou, também chorando.
- Vai, fala, falaaaaaaaa! - gritei.
- Eu não sabia de nada. Eu não sabia que você era meu filho. Eu não sabia! - gritou ela.
- E por que você me abandonou? Por que?
- Quando vimos o carro explodir, eu e seu pai pensamos que todos estavam mortos, então, fugimos do mundo, fugimos da vida.
- Eu transei com você, e agora, eu vou ser pai do filho de minha própria mãe. Por que merda você não ligou quando me teve da primeira vez? Você tem idéia da situação em que estamos? - gritei, chorando. - Você tem idéia? E agora? O que vamos falar pra esse bebê?
- Só temos uma saída.
- NÃO - gritei - eu não vou tirar a vida de uma criança, que não tem nada a ver com isso. Meu Deus, como isso pôde acontecer?
- O que você estava fazendo com a Layane em Salvador?
- NÃO IMPORTA! NÃO IMPORTA! Você, está grávida, de seu, próprio filhoooooooo! Gritei!
- É isso mesmo que eu ouvi? - perguntou Larry, entrando dentro de casa - você é a mãe do Lucas? A mãe biológica?
- É - gritei - é isso mesmso, eu tranzei com minha mãe, satisfeito? E agora, ela está grávida de mim! De seu próprio filho. Cadê meu pai? Cadê? - Gritei jogando o abajú na parede.
-  PARA! Seu pai está morto! MORTO, ele morreu de uma doença lá em Salvador.
- Eu não acredito no que estou vendo! - falou Larry.
- SAÍ DAQUI LARRY, SAI - Gritei, empurrando o sofá no chão, e quebrando o vaso de flores.
- Para - gritou Adriele.
- Para nada. Me deixa, me deixa em paz! Gritei!

Saí na rua, e de repente tudo começou a girar. A noite chegou, e quando deu o sono, deitei no banco da braça, e dormi.

No dia seguinte, pensei que tudo não havia passado de um pesadelo, mas quando percebi que era a mais pura realidade, comecei a chorar novamente. Eu precisava de alguém, alguém pra me acolher, e me consolar, alguém que dissesse que tudo ia passar. De repente, eu avistei a Layane de longe! Ela estava de mãos dadas, com um cara, passeando. Vi também, uma faca, bem próxima de mim. Peguei ela, e diante daquele sol ardente da manhã, a mirei para meu peito.

Continua...

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