sábado, 5 de março de 2011

Paixão Precoce - Cap. 13


O dia todo como previsto, passei dentro de casa. Não pus os pés para fora. Sem a presença daquelas pessoas que estavam em minha casa, tudo estava uma maravilha. Como prometido, meu pai trouxe umas roupas pra mim, e minha farda. Fui para meu quarto. De repente senti saudades de minha cama, mas estava tudo muito bom.

- Boa noite filho
- Boa noite pai

Desliguei o abajú, e dormi.

"Jhonas, me salve, gritava Joana"
"Jhonas, por favor, não faça isso, pedia minha mãe"
Eu corria para salvá-la diante daquele fogo ardente. 
"Venha Joana"
"Socorro, gritava Joana"

Eram tantas portas. Eu não sabia em qual delas Jeovana batia. O fogo aumentava, as coisas caiam sobre mim, aumentando o barulho, e minha confusão
"Em qual porta você está..."
"Jhonas, volta aqui, já", gritava meu pai
"Socorro, me ajude"


E eu acordei assustado. Eu não sabia por que estava tendo esses pesadelos. Cada dia que passava, eles se completavam, cada noite, eu sonhava mais um pouco. Tive vontade de voltar a dormir, mas já era hora de se levantar. Me arrumei, e tomei um café.


- Pai, você me dá uma carona até a escola?
- Dou sim Jhonas, é caminho.
- Pai... - Pensei em falar do sonho, mas deixei pra lá.
- Oi filho.
- Deixa pra lá, vamos?
- Vamos.


No caminho, meu pai começou a falar.


- Jhonas, o que você pensaria de mim se eu namorasse alguém?
- Ué, o que tem? Só não me conformei com minha mãe por que ela te traiu, e ainda por cima o cara que ela conheceu é chato, por que isso?
- Nada não...
- Você está gostando de alguém?
- Sim, mas deixa pra lá!
- Não, me conta.
- O nome dela é Valéria.
- Valéria Polizzi?
- Você a conhece?
- Sim, conheço, é a mãe da Joana. Quando tinha trabalho de escola, nos reuníamos na casa da Joana, e ela nos tratava muito bem.
- Legal ela né?
- Sim, mas eu não me lembro se ela é casada, a Joana nunca me contou.
- Não, ela se separou há alguns anos.
- Mas então, você já pediu ela em namoro?
- Ela disse que tem medo da filha não aceitar
- Eu conheço a Joana, ela vai aceitar, ela não é de prender a mãe.
- E se as duas fossem morar lá em casa?
- O que há nisso? - Perguntei expressando uma cara de desinteresse, mas por dentro, eu estava explodindo de alegria. Imagine só? Morar com o amor da minha vida? Era minha chance.
- Ué, pensei que não concordaria, mas... E você e a Joana?
- Ela não sabe que gosto dela ainda, não há problemas, o que importa é que você estará feliz.
- Ah filho, obrigado.
- De nada pai - falei rindo.
- Prontinho - falou ele parando o carro em frente a escola.
- Tchau pai.
- Até mais Jhonas.


O colégio, foi como sempre. Aulas, aulas e mais aulas. O intervalo, também passei dentro da biblioteca. Eu aproveitei e comecei a ler "Depois Daquela Viagem", a história de uma menina que foi infectada com o vírus do HIV, e que consegue superar preconceitos e coisas do tipo. Mas enfim, com maior cuidado para não ver o Júlio e sua turma, fui correndo para a sala quando tocou o sino. No final, fui para casa a pé.


Chegando, vi que a Joana e sua mãe já estavam lá. Que ótimo, muito bom.


- Oi Joana, oi dona Valéria, fico feliz por vocês morarem aqui.
- Oi garoto, tudo bem? - falou ela rindo.
- Jhonas - falou Joana me abraçando e rindo.
- Quem diria né? Nós ex-colegas de sala, morando no mesmo teto - falei retribuindo o abraço.
- É mesmo - falou ela caindo em gargalhadas.
- Onde você vai dormir?
- Daqui a pouco chegará o caminhão com algumas coisas lá de casa, eu trouxe minha cama, se importa se eu colocar dentro de seu quarto?
- Não, não, pode colocar, não me importo, vai ler legal a gente se ajudar nas tarefas.
- Jhonas, gostou? - Perguntou meu pai.
- Gostei sim, duas pessoas pra animar mais o ambiente, muito bom - falei rindo.


Minha vida estava finalmente entrando nos eixos. 


AGOSTO DE 2009


Já tinham se passado cinco meses desde que a Joana e sua mãe tinham se mudado para casa do meu pai. Minha mãe, eu não via há uns dois meses, por que ela estava muito feliz com o idiota dela, pelo menos era o que parecia. O Júlio, foi expulso do colégio no meio do ano por causa da briga que arrumou com um garoto da mesma sala. O meu sonho, cada dia ficava mais assustador. Numa tarde de Domingo, eu estava acessando, quando deu aquele sono, meu pai e dona Valéria tinham saído. Eu e a Joana, ficamos em casa. Quando entrei no quarto, vi a Joana chorando.


- Joana? O que houve?
- Jhonas, me ajude - falou ela, abraçando-me.
- O que houve, o que você tem?
- Eu estou apaixonada por um garoto do colégio, mas ele disse que não gosta de mim.


As palavras delas, entraram pelo ouvido, e desceram para o coração. Um jorro de ciúmes tomou conta de mim. Meu coração disparou fortemente, e eu tive vontade de chorar. A Joana estava me vendo como um amigo-irmão, e eu não gostava nada disso. Meu Deus, o que eu devia falar?


- Joana, tenho que desligar o fogão, espera, deixei o assado no fogo. - Eu não sabia o que estava falando, mas falei.


Sabendo que ela não viria atrás de mim, fui para o sofá, e comecei a chorar. Que sensação horrível.


Continua

Um comentário:

  1. Pra lhe ser sincera eu nem sei o que lhe dizer direito, estou aqui pensando em como meu pequeno Gênio fez seu trabalho direitinho, desejo realizado? Estou feliz por você.
    Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!Parabéns!!

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