terça-feira, 1 de março de 2011

Paixão Precoce - Cap. 06


De repente, eu me vi dentro de um quarto branco. Ao que parecia, eu estava respirando a base de aparelhos, eu estava imóvel. Não conseguia mexer as pernas nem os braços, apenas o pescoço, que mesmo assim, doía muito. Não acredito, eu estava tetraplégico.

- No momento, ele está tetraplégico, mas a fratura foi bem simples, em cerca de um ano ele poderá voltar as suas atividades normais. - Ouvi um homem dizer do corredor.
- Então quer dizer que ele vai voltar a andar, não é? - Perguntou choramigando uma mulher, que provavelmente seria minha mãe.

Eu não conseguia falar nem um "ai". Quando olhei para o lado, estava sentada em um pufe a Joana.

- J...
- Jhonas, não diga nada, você não está em condições.

Cerca de duas horas depois, sendo assim umas cinco e meia, Joana já não estava em meu quarto, e novamente, do meu quarto, ouvi sussurros do corredor.

- Pare com isso, pare de brigar, não ver como está o Jhonas? Será que além de no trabalho você perturbar o meu juízo, não me deixa em paz nem dentro do hospital? - Falou minha mãe.
- Olhe só, se o que eu estou pensando é realmente verdade, você vai me pagar, sua cacorra! - Rebateu meu pai.
- Para, já chega! Para de desconfiar de mim, eu estou cansada, já chega! De uns meses para cá, você está assim. Eu não estou te traindo, para com isso!

De repente, eu comecei a sentir umas pontadas no corpo. Comecei a gemer feito um louco, revirando os olhos para os lados. Apertei o botãozinho de emergência que estava ao meu lado, e depois de alguns minutos, apareceu a doutora.

- Convusão, rápido.

Depois disso, minhas vistas escureceram, e eu só sentia um choque sobre minha barriga. Um choque atordoante. Trocaram a máscara de oxigiênio, e só senti isso. Puf, eu estava inconsciente.

2009

Eu me sentia uma bosta amassada. Eu estava "morto" de cansasso, apesar de não me lembrar de ter feito nada. Meus braços e pernas se moviam, mas a dor do pescoço ainda estava presente. Quando abri os olhos, estavam ao meu lado minha mãe, do outro, meu pai, e ao lado dele meu irmão. O que estava acontecendo? Eles estavam chorando, e quando abri os olhos:

- Jhonas, você acordou, saiu da coma. - Falou Lucas.

Coma? Que coma? Que dia era? O que aconteceu? Quando? Onde? Eu estava literalmente atordoado. Eu só me lembrava de uma coisa: eu gritando: "Joana". Apenas. Eu já não respirava com a ajuda de aparelhos, e conseguia falar.

- O que está acontecendo? - Perguntei
- Você ficou em coma durante um ano.
- O quê? - Perguntei assustado.
- Sim filho. Que susto que você nos deu. Olha, deixa tudo pra lá, seu castigo, nossas reclamações. Esquece tudo, nos perdoa, por favor. - Pediu meu pai
- Mas...
- Descanse - Falou minha mãe.
- Quer dizer que eu não participei do meu próprio aniversário? Eu já tenho doze anos? Em que mês estamos? Eu perdi de ano?
- Sim meu filho. Já estamos em março, seu aniversário foi há dois mezes.
- Onde está a Joana? Ela está bem?
- Ah, sua amiga? Sim, ela está. Por que você se arriscou para salvá-la? - Perguntou minha mãe.

Minhas boxexas começaram a ficar vermelhas, e eu gelei. Mas, tomei coragem, e disse.

- Por que a amo.
- Como assim? Você não tem idade para essas coisas.
- Mãe, o amor não escolhe idade.
- Tem sim meu filho. Eu se seu pai por exemplo, nós começamos a nos amar quand...
- Chega! - Gritou meu pai - Quem é você para falar de amor Jaqueline? Você..
- Roberto, essa não é uma boa hora.
- O que está acontecendo aqui? - De repente, começou a passar por minha cabeça flashs estranhos. Comecei a ouvir vozes. Aquilo me parecia dejavú.

"Pare com isso, pare de brigar, não ver como está o Jhonas? Será que além de no trabalho você perturbar o meu juízo, não me deixa em paz nem dentro do hospital?"
"Olhe só, se o que eu estou pensando é realmente verdade, você vai me pagar, sua cacorra!."
"Para, já chega! Para de desconfiar de mim, eu estou cansada, já chega! De uns meses para cá, você está assim. Eu não estou te traindo, para com isso!"

- Vocês se separaram? - Perguntei indo direto ao ponto.
- Não meu filho, que bobagem. - Respondeu minha mãe. Quando olhei pra o lado, meu pai já não estava mais alí.
- Eu sem que tem algo de errado. Eu me lembro de vocês discutindo no corredor. Algo sobre traição, e cachorra, desconfiar, o que está acontecendo?
- Jhonas, essa não é uma boa hora.
- Mãe...
- Você quer que eu chame a Joana aqui? - Eu sabia que aquilo era para me enrolar, mas eu gostei.
- Sim, chame ela, mas não pense que esqueci.
- Eu vou ligar.
- É... Só uma pergunta. Ela tem vindo aqui me ver?
- Lucas, saí daqui, agora. - O chato saiu, e minha mãe fez aquela cara de pena.
- Jhonas, eu sinto dizer, mas ela não compareceu muito.
- Mentira! Você fala isso por que não quer eu a ame! Sai daqui. - Minha mãe também saiu, e as lágrimas começaram a cair. Minha cabeça lotou de dúvida, mas eu ia tirá-las de mim em breve, quando a Joana viesse me ver.

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