quarta-feira, 13 de abril de 2011

Destino Cruel: A Descoberta - Cap. 02

Bela mesa do café da manhã 1600x1200 Papel de Parede Wallpaper

Quando acordei, já era de manhã. "Ufa!", pensei comigo, ainda deitado, referindo-me ao dia do meu aniversário. Mas não adiantava, não adiantava, eu estava ficando velho a cada segundo, e pronto, ponto final, sem argumentos a mais. Eu já tinha um filho de dezessete anos. "Dezessete anos, eu já tive essa idade". Será que eu estava mesmo ficando louco como disse o Eduardo na noite passada?

Olhei pro lado. Lá estava ela, deitada, linda dormindo, como sempre, e a base de plásticas, nunca envelhecia, ou melhor, nunca parecia envelhecer. Depois que criei a fábrica de brinquedos, ficamos em uma condição de vida desejável, e a vida da Layane, era essa: cirurgia. Eu preferia viver a realidade mesmo, nunca gostei de me esconder em ilusões.

De repente, o nome de Eduardo veio novamente a minha cabeça, e eu me lembrei que na noite anterior, quase que a Layane e eu brigávamos mais feio ainda por conta da ausência de nosso filho. Levantei-me delicadamente para não acordá-la, e desci. Chegando ao quarto do moço, ele não estava lá. A cama, estava lisa, como no dia anterior quando chegamos do bar. Olhei no relógio, e eram exatas seis e meia.

- Onde será que esse moleque se mateu, meu Deus?! - pensei alto.

Aquela não era a primeira vez que o Eduardo fez isso conosco. Outro dia, ele chegou em casa oito horas da manhã, e eu acho que a Layane só não teve um infarto por minha causa. Enfim, nove horas eu devia está na fábrica. Eu não costumava acordar cedo, mas já que eu havia feito isso sem querer, aproveitei a mesa que não estava pronta para matar o tédio. Fiz o café, coloquei algumas coisas na mesa, até que a porta se abriu.

- Onde se meteu mocinho? Não te falei para não sair?!
- Pai, o estojo é legal! Você lembra do estojo? Eu brinco com ele ainda, e a impressora caiu junto com a casa! Eu quero maaaais!
- Você anda se metendo em drogas rapaz? - Perguntei, alterando minha voz, e segurando os braços do Eduardo.
- Pai, vamos brincar de dormir? - E então, ele subiu para o seu quarto.

Meu filho não parecia está embriagado, embora estivesse doido. Parecia mesmo drogas, e eu nada iria fazer por ele. Nada! Eu já tinha preocupações suficientes para aumentar minhas rugas. Uma hora se passou, e quando a Layene desceu, eu a disse que o Eduardo havia chegado de madrugada, e eu tinha visto a hora. Eu não queria provocar mais confusões. Tomamos café, sem falar nada um para o outro depois de minha breve explicação.

Mais uma hora e meia se passou. A Layane, já tinha ido para o hospital, e em meia hora, era vez de eu ir trabalhar. Subi, tomei um banho, e desci novamente, já em direção a porta. Chegando a garagem, entrei no carro, e quando fui o ligar, não pegou.

- Droga!

Já que eu não entendia nada de carro, embora tivesse uma fábrica de brinquedos que produzia vários carrinhos, fui para um ponto de ônibus pela primeira vez depois que me casei do a Layane. Lá dentro do enorme veículo, várias pessoas se exprimiam, inclusive eu. De repente comecei a perceber como aquilo estava diferente. Antigamente, não era daquele jeito, cheio demais.

Depois de pensamentos bestas, e minutos passados, o ônibus parou, ou seja, eu estava no ponto de ônibus do bairro da fábrica Borges, na qual eu era dono, o que significava que, eu estava apenas no bairro, e não exatamente em frente a fábrica, então, eu teria que andar um bocado. Os milhares de papéis da empresa iriam me esperar.

Quando fui dobrar uma esquina, esbarrei-me com um velhinho, mas bem velhinho, muito, mas muito velhinho. E eu, ainda reclamava, hein? Ele segurava papéis, que caiu no chão com o impacto.

- Desculpa senhor - falei, pegando todos os papéis que estavam no chão.

Enquanto os organizavam em pilhas, percebi que ali estavam croquis de vários brinquedos, que, embora eu não entedesse sobre design, sabia que eram perfeitos. Não eram só de brinquedos, mas também da natureza, e de muitas outras coisas. Foi nesse momento que eu percebi também que aquele velhinho, mas bem velhinho, muito, mas muito velhinho, iria salvar minha fábrica.

Continua...

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