sábado, 31 de dezembro de 2011

Life: O Coração de Ouro - Cap. 10

Ainda era Quarta-Feira, e já anoitecia. Meu pai já devia ter chegado do trabalho, e estava preocupado, talvez já procurando por mim - mentira. - e eu tinha que ligar pro coitado.

- Alô? - Falou a voz dele do outro lado da linha.
- Alô, pai, é você? - Perguntei.
- Não, meu clone. - Respondeu seu Cláudio num tom de tédio.
- Pai, eu tô ligando pra avisar que estou na casa de Anna, minha colega.
- Ah, pelo menos avisou, onde é a casa? - perguntou ele.
- É...

Então peguei um papel, amassei, e comecei a passar no telefone, criando um chiado. 

- Pai, a ligação está...

E desliguei. Bom, eu esperava que ele tivesse caído naquela, mas meu pai era esperto, ele ia acabar descobrindo algum dia.

- Liga pro David agora. - Falou Anna.
- Pra quê? - Perguntei.
- Ele vai ser útil. Domina computador. - Falou Anna.
- Como você sabe? - Perguntei um tanto enciumado.
- Ah, não me pergunte como sei. - Falou. - Eu só sei, vejo tecnologia em sua alma quando David está por perto. - Foi quando olhei meio estranho para Anna e ela percebeu que havia revelado mais alguma coisa sobre sua vida: Ela sentia, e sabia ler as emoções das pessoas.
- Ok, mas você vai contar tudo à ele?
- Tudo que você sabe, apenas!
- E tem mais?
- Tem sim, o grande segredo como diz você: o que sou realmente.
- Ah sim. - Falei, conformado.

Disquei o número de David, que de alguma forma eu já havia gravado.

- Alô? - falou uma voz feminina do outro lado da linha.
- Alô. - falei.

Um segundo se passou.

- Com quem você quer falar? - Perguntou a mulher.
- Com o David.
- Um momento. - Mais alguns dois segundos se passaram e a mulher gritou: - Daaaaavid, telefone.
- Já vaaai. - Gritou David um pouco mais longe.
- Um momento. - Falou a moça.
- Obrigado. - Respondi.

Mais segundos se passaram e depois de uns cochichos e barulhos, o David finalmente chegou ao telefone.

- Alô? - Falou ele.
- Ah, oi cara. Aqui é o James, tudo bem? - Perguntei.
- Tudo, tudo sim. O que manda?
- Cara, tem que fazer um favor pra mim. - Pedi, como se fosse algo normal.
- Ué, pode falar. - Respondeu David um tanto entusiasmado.
- Você é bom de computação né? - Perguntei.
- Sim, como sabe, não me lembro de ter te contado essa minha habilidade. - Falou ele.
- Eu só sei, só sinto. - Sempre quis falar isso. - O fato é que eu não sei como você vai ser útil. Te explico melhor depois. Você pode vir à casa da Anna agora?
- Ué, mas a essa hora?
- Cara, eu imploro, por favor, tenta vir.
- Tá, eu vou dá um jeito, mas como vou chegar até aí? Ninguém nunca...

Olhei para a Anna e cochichei o que David falou.

- Eu vou buscá-lo na casa 195 da rua. - Falou Anna.
- David. - Falei.
- Oi. - Ele respondeu.
- Olha, vá para aquela rua, e pare na casa 195 que a Anna está indo lá te buscar.
- Tá bom, vou dá um jeito.
- Ok, cara, obrigado.
- De nada. Espero que seja algo importante. - Falou.
- Garanto que é.
- Tchau.

E desligamos.

Dois minutos depois, Anna e Mary foi para o ponto de encontro, pensando que talvez ele já estivesse lá, me deixando sozinho com a Mariazinha. Eu sentia medo. E se Drocus ou Carolina chegassem ali e matassem a mim e a garotinha? E se só ela morresse? A Anna nunca me perdoaria. Se eu morresse, a Anna também morreria.

Cerca de dez minutos se passaram. Olhei no relógio, que marcava 20:30. Comecei a ouvir algumas pegas e sussurros aproximando a casa.

- Mariazinha, o que é isso? - Perguntei.
- Pode chamar eu de malizinha - falou a pequenina.
- Tá, tudo bem, mas que passos pesados são esses?

A suposta pessoa já estava na porta, e se fosse Drocus ou Carolina, não demorariam muito à empurrar aquilo. Mas, muito pelo contrário, o ser abriu a porta delicadamente, como uma pessoa normal.

Quando a porta se abriu: A Mary abrindo passagem para a Anna entrar com o David, que estava em seu colo.

- Ufa! - Falei, primeiro me aliviando de não ter sido os inimigos.
- O que foi? Pensou que era algum maníaco? - Perguntou Anna.
- Por mais incrível que pareça, sim. - falei. - O que você fez com ele?
- O mesmo que com você. Ele não pode saber exatamente tudo.
- Ah, tá bom.

Aquilo podia me surpreender um pouco mais, só que nunca imaginei que a Anna carregava homens no colo. Ela não era tão fraca quanto parecia.

Então a Anna colocou David no sofá, que de vez em quando murmurava coisas do tipo "me deixa em paz, eu quero a caneta, deixa que eu caso amanhã, bunda de aço. FERNANDAAAA".

Eu esperava que isso não fosse efeito do tiro de raio, se não, eu murmuraria coisas que não devo citar aqui.

Quando finalmente David acordou, despertou, e ficou se perguntando o por que daquela confusão, nós contamos tudo a ele. Bom... Exagerei. Não exatamente tudo. Apenas tudo que eu sabia, o que era pouco.

- Que legal. Temos que pegar um coração de ouro em um dia e meio ou se não meu melhor amigo e sua namorada vão morrer. - Falou David.
- É mais ou menos isso. - Falou Mary.
- A diferença é que temos que passar por muita coisa até conseguir o coração. Perigos, que se não tomarmos cuidado, nos levarão a morte.
- Bom, no que eu puder ajudar, estamos aí. Eu estou meio surpreso. Que dia começamos?
- Como assim que dia? Temos só um dia e doze horas. Começaremos agora.
- Escute. Drocus e Carlona tem armadilhas bastantes atuais, que usam muita tecnologia, por isso precisamos de você.
- E por onde começaremos? - Perguntei.
- Primeiro, temos que deixar a Malizinha em algum lugar seguro, tepois, temos que saber onde Drocus está.
- Como descobriremos onde está Drocus? - Perguntou David.
- Acalme-se garoto. Cada coisa em seu determinado tempo. - Falou Mary. - Depois de encontrar Drocus, pegaremos a Ballwer e levaremos para a Carolina. Lá, trocaremos a Ballwer pelo Coração de Ouro.
- Ué, mas vocês disseram que se a Ballwer ficar em energias negativas, ou seja, na mão de pessoas que passe para ela coisas ruins, ela pode simplesmente matar todos vocês. Eu digo... Vocês que pertencem desse mundo que não me contam qual é.
- Mas aí já é outra história. A Ballwer não simplesmente acaba conosco de uma hora pra outra só por está com alguém do mal, se não já estaríamos mortos. - Falou Mary. - Nosso foco agora é o coração.
- Para começar, como temos que saber onde está Drocus. - Falei, enquanto Malizinha brincava na cozinha.
- Quando lutei com ele no bosque, consegui colocar um Chip. Já que ele estava com a Ballwer, seria útil, pensei. - Falou Anna.
- Bom trabalho, minha filha.
- Então tá. Vamos levar a Malizinha pra um lugar seguro.

Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Me ajude curtindo minha página de humor no Facebook.

Basta clicar, mais nada. Por favor, clica, clica, vai.