sábado, 26 de março de 2011

Destino Cruel - Cap. 06

Desesperado, liguei para o hospital próximo, sem saber se ela estava dando a luz, ou perdendo o bebê.

- Anny, fala comigo - falei balançando-a, mas ela não reagia.

A ambulância chegou, e eu procurava em minha cabeça o número de Larry, que eu não via esse tempo todo. Quando lembrei, comecei a dicas rapidamente o número em meu celular.

- Moleque? O que é? Por que sumiu? Você está doido? Sua merda.
- Não é hora pra isso. Eu nunca vou te contar pra onde fui, e nada sobre o que aconteceu comigo nos últimos tempos. O fato é que quando eu estava voltando pra casa, me deparei com a Larry caída, gemendo e sangrando.
- Pare de mentir.
- É sério, eu juro.
- Não acredito.
- Eu não vou discutir com você. Sua mulher pode está correndo perigo e você não acredita em mim. - Alguns segundos passaram-se, e nenhuma resposta - Alô? - Foi aí que eu percebi: ele havia desligado.

A ambulância parou, e já havíamos chegado. Descemos, e os para-médicos a empurrou em uma cama de roda. Depois que entramos no hospital, eles sumiram com a Anny, e eu fiquei sentado na sala de espera. Eu por minha vez, me estranhava. Um garoto de dez a onze anos, esperando uma mulher que nem se quer ligava para mim. O tempo passou, passou e passou. A noite já estava chegando quando passava um médico.

- Doutor.

E ele veio até mim.

- Eu sou filho de Anny, paciente grávida que veio as pressas pra cá.
- Ah sim. Sei.
- Como está ela?
- O seu estado é complicado garotinho. Você é pequeno demais, não tem nenhum adulto para eu conversar?
- Eu posso falar com ela? - Pedi.
- Pode sim, mas não a faça forçar nenhuma parte do corpo.

E então, eu coloquei uma máscara e entrei dentro da sala onde encontrava-se a Anny. Ela estava deitada, e aparentemente respirava com a ajuda de aparelhos. Quando me aproximei, ela começou a mexer a boca, e conseguiu falar:

- Perdão!

Eu, pasmo, não tive reações. Ela estava me pedindo perdão! Mas ela não estava morrendo, não podia morrer.

- Perdão! - repetiu. - Me perd...

Depois, Anny fechou os olhos, e o aparelho ao lado começou a apitar.

- Socorro! Ajuda aqui - gritei.

Duas enfermeiras vieram, e começaram a dar choque nela. Depois, eu vi que a pressão foi para 0, e o seu coração não batia mais.

- Garoto, ela não resistiu.

As lágrimas começaram a cair sobre meu rosto. Sim, por mais incrível que pareça, eu estava chorando. Ela havia se arrependido do que fez, me pediu perdão, e eu não tive tempo de perdoá-la. Meu Deus, como as coisas estavam ficando ruins pra mim. Minha vida, estava de cabeça pra baixo, literalmente. E o que mais doía, é que o bebê também havia morrido.

Continua...

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