quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Life: O Coração de Ouro - Cap. 01

O primeiro dia de aula não é lá grande coisa, tirando o fato da gente rever nossos amigos, exceto quando você muda de escola. Eu só havia feito isso uma vez para sair da High Scools e ir para o Don Corleone. Agora eu estava indo para Stanford School.

Acordar cedo nunca foi meu forte, mas estudar a tarde, também não era minha preferência. O barulho horrível do despertador é de agoniar qualquer um em um bom sono. Nos três últimos meses, eu só acordava às 12hrs, mas aquele era o primeiro dia de aula na Stanford.

- James, vamos, acorde. - Gritou meu pai lá de baixo.

Ele é daqueles pais legais. Eu não sei se é por que sou um garoto, mas depois que minha mãe morreu (eu era bebê), ele vem tentando ser um cara alegre, talvez para estancar a dor.

- Só mais cinco minutos. - Sussurrei, supondo que ele não tinha ouvido.

Então finalmente me dei conta de que não iria enrolar nem mais um pouco, eu precisava levantar. Fiz o que qualquer estudante normal faz antes de sair pro colégio: banho, roupa, dentes, café, e partir.

Sair à pé era muito chato, portanto, eu pedi ao meu pai uma carona, caminho para o trabalho dele. Pronto, todos os dias eu não iria mais aos 11, como dizem.

Depois de um longo caminho por San Diego, finalmente chegamos. Ao sair do carro, me deparei com uma neve que me arrepiou exageradamente.

Lógico que eu deveria levar um casaco ou coisa assim, mas passar três meses dentro de casa, não iria me deixar muito atualizado em relação ao tempo.

Stanford não parecia ser tão ruim quanto eu esperava. Por fora, uma escola que mais parecia uma casa, e por dentro, um espaço cheio de corredores. Eu não sabia por quais eu ia, então pedi ajuda.

- Oi. - Falei com alguém que passava.
- Olá. - Respondeu o garoto - É.. Hm... Novo por aqui?
- Sim, é... quer dizer, eu queria saber onde fica a sala do primeiro ano - Falei, meio envergonhado.
- Ah sim, está tudo bem. Acho que seremos colegas, venha, siga-me.

Enquanto andávamos até a sala, vieram algumas perguntas à minha cabeça, do tipo: Quantos anos você tem? Qual seu nome? Estudou sempre aqui? e outras coisas que acho que você não deveria perder seu tempo lendo.

Enfim, chegamos à última sala do corredor. Primeiro ano. Quando olhei na porta, bolo de pessoas estavam espalhadas pela sala, conversando, trocando novidades talvez.

- É aqui. - Disse o garoto.
- Ah, obrigado, prazer, James - Falei, na esperança de que ele me falasse seu nome também.
- Ah sim, desculpa, nem me apresentei, David. - Falou ele, e nós nos cumprimentamos com um breve aperto de mão, que teria durado mais se um cara barbudo e alto não tivesse entrado na sala de aula.


- Olá turma - Falou.
- Olá. - Todos falaram juntos.
- Meu nome é Michael, e sou o professor de Ciências Humanas de vocês. Gostaria de dar boas vindas aos novatos e aos veteranos também. - Era meio estranho dá boas vindas à veteranos, pensei comigo, mas tudo bem. - Esse ano vamos trabalhar com duplas apenas, e não é atoa que a matéria se chama assim, ou Ciências Sociais. Falaremos de sociedade, e não se trabalha nisso sozinho, suponho.

Todos deram um riso fraco.

As carteiras eram mesas com lugares pra dois. Sentei ao lado direito das janelas que dava para o lado de fora da escola, na primeira fileira, ao lado de David.

Os dois primeiros horários foi com o Michael. Suas aulas foram bastante divertidas. Eu não sabia se foi assim por que era primeiro dia, ou se era sempre dessa maneira, mas até aquele momento, eu ainda não havia me arrependido de ter acordado cedo, primeiro por que já havia feito um amigo - o que não é nada mal para um novato -, e depois por que tudo não parecia ser tão ruim quanto eu pensava.

Quando Michael saiu da sala, conhecemos no terceiro tempo o Sr. Paul, professor de Matemática.

O sinal tocou, e os vinte ou trinta minutos de intervalo não se diferenciavam muito das aulas, uma vez que os três primeiros tempos só foram joguinhos para os professores conhecerem os alunos e virce-versa.

No quarto tempo, foi a vez do professor de Geografia Adrian fazer joguinhos. Cinquenta minutos depois, ele saiu da sala, e chegou finalmente uma mulher para dar aula.

- Oi gente. Meu nome é Mary, e sou a professora de inglês. - Apresentou-se ela ao entrar na porta.

Ao olhar seu corpo, abri a boca, ao olhar o rosto, babei.

- Fecha a boca, cara. - Falou David.
- Ah, sim, foi mal. - Falei rindo.
- Teria que se desculpar se sua saliva tivesse caído em mim, mas relaxe. - Brincou David.

Olhei novamente para a professora de inglês e voltei a ficar surpreendido com sua beleza. Era incrível. Seus cachos loiros caídos sobre os ombros me deixaram alucinado. Incrível, muito linda.

Haviam se passado certa de vinte minutos, e faltavam apenas trinta para sua aula acabar.

- James, sua vez de falar. - Disse ela.
- Hã... Falar o que?
- Seu nome, idade, onde mora, se é novato, quantos anos tem, coisas do tipo.

Eu fiquei surpreendido. Aquela mulher havia roubado minha atenção literalmente. Eu nem tinha visto que o joguinho de conhecer um ao outro estava acontecendo.

Então falei sobre mim o mínimo possível.

- Hã.. Só isso? - Perguntou ela.
- É, sim... eu acho...

- Ok - Falou ela. - Anna, agora você minha filha, a gente, essa é minha filha, sou uma mãe-professora. - Falou ela rindo.
- Hã... Oi, meu nome é Anna - A voz saia de trás da minha carteira e da do David.

Todos riram.

Durante aquela manhã de aula, eu não havia dado um pingo de atenção à ela quando os outros professores perguntaram sobre ela, mas de repente virei de costas para a professora e fiquei de frente para Anna.

Sua beleza era ainda mais esplêndida que a da professora, sua mãe. Algo a mais a deixava mais linda: seus olhos azuis, que mudavam o tom com seus também cachos loiros caídos sobre os ombros. De repente tudo se calou pra mim pelo menos, e eu estava tendo um ataque de eu acho que eu vou começar a gostar dessa menina e depois vou morrer por que vou sofrer ou coisa do tipo. Lógico, eu não senti nada, mas ela era linda, e eu a olhava de uma forma meio estranha, sei lá, diferente.

- Ei cara, pode voltar a olhar pra professora, outra pessoa está se apresentado agora. - Falou David me cutucando.
- Ha. Hã? Ah, sim - Falei meio confuso.

Foi quando eu percebi que talvez eu tivesse ficado meio focado demais na Anna que o sinal tocou, e eu finalmente poderia ir pra casa.

Esperar o papai na frente do colégio não ia me ajudar a construir uma boa reputação na nova escola, por isso fui andando o caminho pra casa até que o encontrei e fomos pra casa.

- Como foi o primeiro dia de aula? - Perguntou meu pai.
- Foi bom. - Falei, mentindo. Foi ótimo, perfeito.
- Ah, creio que esteja cansado e com fome, não vou lhe fazer muitas perguntas. - Falou ele.
- Não, está tudo bem, tudo bem. - Falei.

Tá vendo aí? Depois que minha mãe morreu ele ficou assim: sendo legal com todos e olhando o lado de todo mundo. Eu realmente não iria querer ir o caminho todo de casa ouvindo meu pai perguntar coisas da escola.

Ao chegar em casa, um prato só não foi o suficiente para encher a barriga. Foi mais um, e pronto, subi pra o meu quarto, tirar uma bela tarde de sono. Agora eu tinha mais dois motivos além de ter sido divertido e ter feito uma amizade para chamar meu dia de bom, e ter valido apena acordar cedo: Olhar para Anna.

Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Me ajude curtindo minha página de humor no Facebook.

Basta clicar, mais nada. Por favor, clica, clica, vai.