quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Life: O Coração de Ouro - Cap. 07

Era Junho, férias de São João no colégio. Deixe eu lhe contar como foi esses tortuosos meses. Seu amigo aqui começou a ficar literalmente depressivo. O fato da Anna ter sumido de minha vida me deixou um tanto agoniado. Às vezes não tinha vontade nem de ir ao colégio, e todo esse tempo meu pai não sabia o que acontecia comigo.

Na escola, a Anna havia sido substituída por outra aluna, o que me apertou o coração, e a professora de inglês, Mary, também já não fazia parte da equipe de educadores do centro educacional Stanford School.

Todo esse tempo eu passara olhando para o coração de ouro, na tentativa de descobrir o verdadeiro caminho, e chegar até a Anna, mas o resultado eram sempre os mesmos: nada, apenas o coração, que volta e meia brilhava. - geralmente quando eu chorava, sentindo falta da Anna.

Era madrugada de Segunda-feira, e eu dormia. Meu sonho começou com alguma voz me dizendo:

"O Coração de Ouro não abriga apenas uma vida. A partir do momento em que alguém lhe confia o coração, a vida de quem lhe foi confiada também entra no objeto de ouro. Por isso, tome cuidado, duas vidas estão em suas mãos, e uma delas é a sua.".

Depois, o sonho mudou literalmente. Haviam dois corações: O de ouro, e um coração de um humano qualquer. O coração humano crescia, destacando-se em relação ao de ouro, cresceu, cresceu, cresceu, até que só pude ver vermelho cobrindo meus olhos.

Acordei.

Ao sentar-me na cama, peguei o coração de ouro, que só andava comigo, e a partir desse sonho, passei a ter mais cuidado ainda.

Ainda era escuro, mas o amanhecer se aproximava.

O sonho da "disputa" entre os dois corações me fez perceber uma coisa: Eu deveria olhar para o meu coração. O meu verdadeiro coração, minha intuição de apaixonado.

Comecei a lembrar da Anna. Meu corpo de repente se contraiu, e eu desmaiei, voltando a dormir.

No novo sonho, eu estava lembrando da época do bosque. Comecei a procurar o endereço nas roupas sujas, na esperança de que aquele papel amassado ainda estivesse lá. Encontrei embaixo do próprio vaso de roupas, e parti em direção a rua.

Chegando lá, adentrei no mato, ciente de que lá encontraria a Anna.

Novamente acordei, e já era dia. Levantei-me numa tal de uma disposição, assustando meu pai. Procurei o endereço, que por mais incrível que parecesse, estava embaixo do vaso de roupas sujas, igualmente no sonho. Eu ficaria feliz se esse me mostrasse o que aconteceria após a entrada no bosque, mas acho que eu teria que pagar pra ver.

Me arrumei, peguei o coração, coloquei-o no bolso da calça, e sai.

- Não vai comer nada? - perguntou meu pai. - O que está acontecendo?
- Não, eu como na rua, tchau.
- Ja... - Falou meu pai, sendo interrompido pelo baque da porta.

Procurei um táxi, e falei o endereço.

Depois de muito andar de carro, finalmente havia chegado aquela rua, que só chegava até a casa número 200.

- Obrigado. - falei ao taxista, dando o dinheiro.

O frio me assustava, a neve caia, mas nada me impediria de entrar naquele bosque em busca da Anna. Comecei a me lembrar do único beijo que dei na Anna, e bateu aquela saudade.

Sem hesitar, porém com medo, entrei no mato. Parecia que finalmente eu iria descobrir o que aconteceria na continuação do meu sonho. Caramba, por que o amor faz isso com a gente? Por que esse amor me trouxe até aqui? E foram essas as perguntas que eu me fazia naquele momento.

- O amor é como um poço e uma criança. - Falou uma voz feminina. Me parecia ser a Anna, mas até o que eu sabia sobre ela, minha misteriosa não lia mentes. - A criança tem a grande curiosidade de saber o que há nas profundezas daquele poço, e então vai se inclinando sobre sua pequena parede, até que despenca, vai fundo, caindo numa aventura, onde o fim é único: Dor. - Continuou a voz feminina. Olhei para trás, mas quem estava lá era uma linda mulher, de cabelos pretos, olhos pretos, unhas pretas. Toda de preto. - Às vezes essa queda pode te trazer a morte, e foi isso que seu amor tosco pela Anna fez: trouxe você até aqui, hora de você morrer.

Quando me aproximei mais, percebi uma linha reta na testa da moça.

Foi quando a mulher murmurou algumas palavras estranhas, e eu vi um raio vindo em direção à mim. Algo que graças à Deus não foi capaz de mim fazer desmaiar. Que tipo de arma era aquela?

Meu instinto e uma voz em minha cabeça me diziam para correr.

Então comecei a correr pelo "mar" da árvores, tentando não esbarrar em nenhuma delas, e dá com o nariz no tronco. A mulher continuava atrás de mim, foi quando tropecei, e novamente ao virar-me vi um raio vindo em minha cabeça. Daquela vez ela não havia murmurado nada. - a não ser que eu não tivesse ouvido. - mas na segunda vez que aquele raio me atingira desmaiei.

* * *

Quando acordei, estava num ambiente totalmente diferente do que eu poderia chamar de bosque. Ao abrir os olhos, avistei a Anna ao meu lado. - eu estava deitado.

- Anna? - Falei.

Foi quando percebi que a mãe dela e a garotinha do sonho também estavam ao meu lado. Eu não me sentia indisposto, então, levantei-me.

Abracei Anna.

- O que faço aqui? É sua casa? - perguntei, tentando olhar pra fora através das janelas, mas tudo que via eram paredes feita de madeira, e uma janela, que mostrava só mato.

Não era possível, eu já havia andado o bosque quase todo, e nunca havia encontrado a casa de minha amada, será que eu estava no mesmo bosque?

Anna não respondeu. As duas mulheres e meia me olhavam, com um tom de pena em seus rostos. Era noite.

- Que dia é hoje? - perguntei.
- Teça. - falou a garotinha. - daqui a algumas holas selá Quata-feila, po que meia noite tá péto.
- Fui atac... - comecei a falar.
- Foi atacado pela Carolina. Ela é a inimiga. - Falou Anna, interrompendo-me.
- E quem é você afinal? - Perguntei, irritado.

Foi quando Anna balançou a cabeça, como se fosse um sim, um sinal, e de repente recebi uma espécie de tiro nas costas, caindo na inconsciência.

Continua...

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