quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Life: O Coração de Ouro - Cap. 08

Quando acordei, estava em meu quarto, com meu pai ao meu lado.

- Ei, olha só, o meu filho estranho acordou. - falou ele.

Eu não respondi nada. Não por que estava sem conseguir, mas por que não queria falar nada.

- Olha só, James. Eu sou sou pai, e tenho todo o direito de saber o que está acontecendo com você. Desde o início do ano você tem agido de forma estranha, fica aí nesse quarto o dia inteiro feito depressivo, e quando sai, simplesmente não volta, a não ser que eu vá buscar, e te encontrar caído na estrada.

Bom, eu não me assustei quando ele falou "encontrar caído na escada". Primeiro por que isso já acontecera uma vez, segundo por que ele só não iria me encontrar na casa da filha adotiva de minha ex-professora - talvez atual sogra. - dentro de um bosque.

- Pai, sei que está meio confuso em relação a isso, mas só digo uma coisa: É amor. Pronto, só isso. Creio que não preciso falar mais nada. - Falei.
- Precisa, precisa sim garoto, você some, e a explicação disso é amor?
- Você tem outra? - perguntei.
- Tenho. - respondeu meu velho.
- Fale então. Acha o que, que estou vendendo meu corpo, ou que estou me metendo em drogas? Ah pai, parece que você realmente não me conhece.
- Mas meu filho, você mais parecia um mendigo...
- Acontece que eu não sou um mendigo. Me deixe em paz. É amor e pronto seu Cláudio.

No fundo eu sabia que estava errado dando aquela explicação tosca a meu pai. Eu era seu único filho e entendia sua preocupação. Afinal, desde quando amor fazia a gente ser encontrado deitado na estrada de uma rua misteriosa? Que amor é esse? Só eu podia responder essas perguntas a mim mesmo: Desde que conheci a Anna, e esse é o meu amor.

- Desculpe pai! - falei.
- Tudo bem. - falou ele, saindo do quarto.
- Pa... - e a porta se fechou.

Fiquei na cama pensando um pouco na vida - o que você pode também chamar de Anna. - e desci para tomar café, afinal, era o início de um novo dia.

Depois de muito comer, voltei ao meu quarto, e me lembrei de algo: O coração. O meu coração começou de repente a acelerar, de forma que percebi o medo que acabara de crescer dentro de mim.

"Aqui está concentrado minha vida" lembrei das palavras de Anna, o que não me ajudou muito, o que pelo contrário, me deixou mais agoniado.

Agora eu sabia que além da vida de Anna, o coração guardava de algum modo estranho a minha vida.

Ao olhar dentro do bolso da calça, não encontrei nada mais que um papel, com a mesma linha reta que tinha na testa da mulher que me lançara um tiro de raio, e atrás, um bilhete escrito:

Encontre-me no mesmo bosque em três dias
ou seja, sexta feira esse mesmo horário. Estou
com o coração de ouro, e posso matar você e 
sua namoradinha a qualquer momento. 
Para que vocês dois não morram, VOCÊ, James, deve levar o Wi...

E novamente encontrei aquela palavra com seu resto em outro pedaço de papel, que não se encontrava ali. Por que sempre rasgado? Aquilo me irritava.

O que é Wi...? Por que essa palavra só aparecia rasgada? Onde eu encontraria o Wi...?

Não esperei a manhã passar. Meu pai havia ido ao trabalho, então desci, peguei um táxi, e novamente, fui na rua de Anna.

O táxi me deixou no mesmo lugar de sempre, e quando ele se foi, não havia ninguém na rua, apenas eu, a neve, o frio, Deus, e minha onda de dúvidas.

- Anna, ANNA, ANNA. - Gritava eu, mas nada acontecia.

Teimoso, com muito, mas muito medo, adentrei novamente no bosque. Nada havia mudado desde o dia anterior, e eu não sentia a presença de ninguém, até aquele momento.

Andei, andei, andei. Vi árvores que nunca havia visto, animais que jamais pensei que existisse, plantas, uma mais bela que a outra, e uma bola. Sim, vi uma bola. Algo simples, que me chamou atenção.

"Isso é o que o inimigo quer James, isso é o Wi..."

E a voz falhou. Aquilo irritou-me, mas eu não hesitei em ir em direção a bola. Ao me aproximar, fui atingindo novamente pelo tal do "tiro" nas costas, porém, antes de desmaiar, avistei a Anna, lutando com um homem, o qual provavelmente havia atirado em mim, aquilo me deu uma agonia e tanta. E se Anna perdesse a luta, - o que era mais provável a acontecer - e aquele cara malvado me pegasse, sequestrasse ou sei lá o que?

Bom, parecia que agora era minha vida que estava em suas mãos, entre aspas, claro.

Continua...

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